sábado, 22 de dezembro de 2012

Feliz Vinho Novo

Não se põe vinho novo em odres velhos, para não acontecer do vinho fermentar, estourar o odre (como se chama a bolsa de couro usada para tal) e se perder. Também não se põe remendo de pano novo em vestidos velhos, porque o remendo, mais forte, rasgará o vestido quando submetido a um esforço.

Se põe vinho novo em odres novos, para amadurecerem juntos. Remendo novo em vestido novo, para envelhecerem juntos.

Essa era uma constatação prática aplicada por Jesus ao que acontecia nos seus dias.

Formatos antigos são engessados de mais para suportar o que seja novo, diferente.

Se esse algo novo for então o evangelho de Jesus...

Porque era impossível que a religião da época pudesse conter o evangelho.

Porque é impossível que qualquer sistema religioso possa conte-Lo.

domingo, 4 de novembro de 2012

Quando o coração escolhe o mal.

Conheci um certo Fernando, cerca de 40 anos de idade, no início do ano, que se ofereceu a gramar meu quintal. Não gostei do sorriso dele, sem saber discernir o que era, mas até que daria o serviço para ele, porque no mais ele era totalmente comum. 

Há cerca de um mês atrás aconteceu um crime bárbaro em minha cidade natal.

Uma garota já desaparecida a mais de 20 dias foi achada na casa de praia de um homem. Ele cortou a garganta quando soube que a polícia iria cavar seu terreno em busca dela.
 
Ela foi esganada e enterrada debaixo de um cômodo em construção. A perícia mostrou que ela estava viva quando foi enterrada.
 
O assassino é o próprio homem, dono da casa. É o Fernando.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O Enigma

Enigma, máquina usada pelos alemãs para criptografar suas mensagens na 2 guerra
Os alemães aprimoraram uma máquina de códigos portátil, chamada Enigma, durante a 2ª guerra. Com ela eles conseguiam se comunicar via rádio sem preocupações de terem suas mensagens interceptadas. Até que o governo Britânico com ajuda de matemáticos poloneses e de códigos roubados pelos fransceses, conseguiu quebrar o segredo da Enigma. Os Alemães nunca desconfiaram disto. Estima-se que o fim da guerra foi antecipado em 1 ano por conta da quebra do segredo.  


O que isso tem haver com o evangelho? 


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Comendo da maçã do evangelho

*Dedico este texto ao meu amigo Felipe, que conheço a tão pouco tempo e que vejo tão pouco mas sinto como se já fosse um amigo de longa data.

Adão e Eva comeram do fruto da árvore do bem e do mal. A figura do fruto como "maçã" veio muito tempo depois, provavelmente a partir do sincretismo oficial do evangelho com as religiões do Império Romano, no caso, a maçã de Artemísia, também esta maçã um símbolo sexual (quando cortada ao meio seria o sexo de Artemísia), e daí outra resposta histórica de porque tanta gente até hoje associa o pecado no Paraíso ao ato sexual de Adão e Eva (que de pecado não tem nada), e não a desobediência a partir do motor da inveja de serem eles iguais a Deus.

 Então vem Jesus, milhares de anos depois, um novo Adão, um novo "primeiro homem", não buscando ser igual a Deus, antes buscando o tempo todo esvaziar-se de sua glória, de sua divindade, mesmo sendo Ele o próprio Deus. Não buscando comer de fruto nenhum que não fosse o próprio Deus, e o tempo todo dando de si mesmo para ser comido.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Vai com Deus Lucimara

Dei carona, ontem, na véspera do feriado da independência, a uma mulher, esbaforida, nervosa, assustada, no trevo de Conceição de Macabu.

O nome dela é Lucimara.

Ela ia a Campos, sem um real no bolso, cuidar da tia que não tem ningúem e está jazendo no hospital.

Ela tem duas filhas adolescentes, apesar de ter praticamente a minha idade. Não tem marido. Ajuda os pais.

Ela é do interior de Conceição, todos lá são muito pobres, muito carentes.

Ela disse ter medo dos...

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

pre-intestinados

Não sei se existe predestinação. Na verdade, não me importo muito com ela. Digo isso da predestinação que leva a conotação do olhar que diz: ele vai para o céu; ou, ele vai para o inferno; e, ele não aceita a verdade porque estava predestinado a isso; ou ainda, aquele povo que nunca ouviu o nome de Jesus não foi para o céu porque estava, infelizmente, predestinado ao inferno...

Creio que Ele sabe de tudo. Na verdade, sempre soube, já que o tempo foi criado por Ele.

É como se Deus olhasse para todas as páginas do livro da vida de uma vez só. E se você entende isso, o olhar calvinista da predestinação perde completamente o sentido. Acho que o próprio Calvino, se houvesse nascido em nosso tempo, com acesso a física moderna e as teorias da relatividade do tempo de Einstein, o próprio Calvino não pensaria como pensava.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um atleta para além das olimpiadas


As olimpíadas de Londres estão chegando ao fim. E assistindo ao jogos, ainda mais sendo no Reino Unido, vem a minha mente  a história de Eric Liddell.

Eric Liddell é considerado o maior atleta da Escócia, e o personagem retratado em "Carruagens de Fogo". Filho de missionários escosseses, nascido na China, voltou a terra natal para estudar Ciência Pura na Universidade de Edinburgo, e lá tornou-se o homem mais rápido do mundo, recordista mundial dos 100 m rasos. Nas eliminatórias européias de atletismo para o ingresso à Olímpiada de 1924, em Paris, chocou o mundo ao recusar-se a disputar "sua prova" no domingo, por causa da sua religião, ainda sob impressão muito forte do movimento puritano, que na época proibia a prática de jogos no "Dia do Senhor", como se Deus tivesse dia específico para o bem... Mas enfim, segundo a sua consciência, tomou a medida que julgava correta.

Por sua recusa foi convidado a comparecer a uma conversa com o Príncipe de gales. Eis que o conselheiro do Príncipe de Gales  instava com ele, a respeito disso, e da necessidade daquela medalha de ouro para o País, e ouvindo a negativa do jovem corredor, indignado, arguiu o rapaz:

-- Você sabe com quem está falando? Rapaz, qual o limite da sua arrogância?

Liddell respondeu sem titubear:

sábado, 28 de julho de 2012

O Presente


Uma comida tenho para comer
E essa comida não é a comida de igreja
Não é feita de música, nem de caras contritas
Muito menos de egoístas preces aflitas

Uma bebida tenho que beber
Não é essa adoração de cantorias e choros que entregam,
Que têm com a certeza de quem cumpriu o seu dever
Mil razões para de mim se esquecer.

Hoje eu estou muito solitário, a procura de quem busque por mim
Uma solidão, que vá lá, se resolveria com uma conversa
Pena que vocês, meus filhos, estão com tanta pressa
Será que por esse velho pai ninguém mais se interessa

Que frieza, que gelo
Será que esse pessoal não vai entender
Esse fogo santo que tentam a alma encher
Sempre se apaga
Se o pobre o corpo não se agasalha?

Ah não! Deus não é um cachorro que precise ser alimentado
Muito menos um menino carente de paparicos
Não é um velho ou um doente
Nem gente pobre morrendo de frio,
que na cama os filhos amontoa, e pede a Jesus para os acudir
Pelo menos até o sol surgir.

Mas se esses pequeninos você acalentar
Ao mendigo você alimentar
Aos necessitados, com doce servidão, acolher
Ajudar esse vizinho pobre, esse velho,
Toda essa gente que não tem como pagar
Não se assuste com meu sorriso... É Adoração divina
Evangelho puro e simples,
É Graça, é amor, subindo às minhas narinas

Vinde, benditos de meu Pai,
Venham para que eu agora os acalente
porque o bem que fizestes a cada um destes
A mim mesmo, presentes impagáveis, oferecestes.

Leonardo Cordeiro

quarta-feira, 18 de julho de 2012

procrastinação


Há alguns anos li em um livro que um dos melhores remédios para a procrastinação é uma boa noite de sono. E depois outra, e outra.

Esse palavrão, procrastinação, nada mais é que a postura de "deixar para depois" o que pode ser feito agora. Em geral, retardamos o que não nos agrada, num crescente que torna a pessoa, de um lado, desfuncional, às vezes totalmente, ou pouco produtiva, "enrolada", e do outro lado, culpada, muito culpada.

Eu, na escola, adquiri este hábito. Quase todos agiam assim na minha época. Deixar para estudar no último momento. Era até algo cultuado. "Olhe, ele consegue notas altas pegando nos livros somente na última hora". Até o Bill Gates cultivava este tipo de atitude, em Havard, onde passava o tempo todo jogando pocker, e depois no trabalho, até se juntar com os japoneses, que o ensinaram o valor da disciplina.

Tenho dormido cedo. Meu trabalho, fluido mais facilmente. Sim, me sinto culpado quando, depois de uma noite mal dormida, não consigo fazer o que é preciso, e o trabalho vai se avolumando.

Apesar de me saber perdoado até nos meus ralos cabelos da careca, sinto culpa quando não produzo no trabalho. Existe uma culpa boa? Sim, a que me chama para realidade, que me mostra estar errado.

Até porque quem não sente culpa são os psicopatas clássicos. Tipo "psicose". 

Enfim, tenho dormido melhor, trabalhado melhor, e... A culpa foi embora. Claro, tem também uma vontade, uma necessidade interna para a quebra do hábito. Porque esta, a procrastinação, é um vício mental.

Quebrável este vício? Ora, claro. Tão mais facilmente quanto melhor disposto você estiver para o trabalho, tão mais facilmente quanto mais você praticar o exercício diário de fazer, não o que você gosta, mas sim o que é preciso! E aí em você irá nascer um prazer, não de fazer o que gosta, mas de gostar do que faz.

E sim, você se livrará disso tão mais facilmente quanto menos culpa você sentir em relação a isso, e creia, em relação a vida.

E NEle, ah eu sei! NEle eu sou perdoado.

Macaé, 18 de julho de 2012
Leonardo Cordeiro

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Convencidos, convencedores e converseiros

Max von Sydow e Julia Andrews interpretando missioários no ótimo filme Hawaii, de 66



Recebi um email-enforme de um de um missionário em abril, com uma mensagem que me arrepiou, não por alguma maldade da parte dele, mas pelo noção distorcida da Graça de Deus, e por uma visão exagerada do Deus do velho testamento em detrimento de Jesus. Eu só publico agora, algum tempo depois, para preserva-lo de qualquer constrangimento.

Sinceramente, constrangido, me sinto eu, tendo de escrever para gente que se dá pela causa do evangelho.

Acho que a teologia da prosperidade, que prega a impossibilidade de sofrimento para aqueles que creem em Jesus, e a tal batalha espiritual (que sempre inventa uma brecha, um buraco, para justificar porque em alguns - e em tempos de crise, quase todos - o evangelho não se materializa em dinheiro no bolso), acho que essas teologias fizeram e fazem um grande estrago na cabeça de muita gente boa da igreja evangélica brasileira. E a cada dia me convenço que esses muitos são muitos mesmo.

Não sei bem o pôrque disso. Desde que a Verdade me alcançou, as coisas se discerniam em mim, e mesmo quando eu seguia o caminho errado, lá no fundo eu sabia...

Às vezes acho que dos convencidos destas teologias, muitos são convencidos de si mesmos, convencedores do seu convencimento, converseiros de uma auto-ajuda que não ajuda, no máximo atenua, aquilo que só É pela pregação do Evangelho.

Não sei se esses da carta se enquandram nesta categoria, espero que não, maas isso já é assunto entre o Pai e cada um de seus Filhos.


A Carta:
Oi,
 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Amor, paixão, e a loucura da Cruz


O amor é uma atitude. Uma consciência que supera o hábito e se materializa na vida do outro. O amor, quando amor maior, age ante o pior sentimento, ninguém o para, é uma locomotiva desgovernada rumo ao outro. Às vezes os trilhos não aguentam o amor. Às vezes, pelo medo do amor, nós o matamos. Em raros casos, quando se transcende o medo, e amamos para além das convenções, matam o nosso amor, e nos matam com ele. É a sina de quem ama. E quem ama não entende isso como sina. 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Não durma

Outro dia vi a Fernanda Monte-Negro dizer qual seu conselho para os que chegam a ela motivados em ser atores.

- Desista!

É o seu conselho. Ela explica:

- Se ele, desistindo,  for para casa e se então não conseguir dormir porque aquilo é mais forte do que ele, e se aquilo o incomodar a ponto de fazer-lhe voltar para o sonho, então ele pode ser um ator. Porque o que acontece é que a maioria se torna ator por causa das transas, da ilusão da fama e do dinheiro...

Volto com as palavras de Jesus, ditas após Pedro o "aconselhá-lo" à moderação, a desistir daquela história de ir a Jerusalém sofrer o castigo da Cruz nas mãos dos religiosos:

- Se alguém quer ser meu discípulo, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me!

Se alguém quer... Se alguém quer?

sábado, 9 de junho de 2012

O passarinho que nunca parou de cantar

Janires
"Foi há muito tempo atrás,
Tempos que não voltam mais.
Eu, com a cabeça de menino,
corpo e asa de passarinho."


Algumas palavras sobre Janires, de quem ouvi muita coisa boa, e diferente, no tempo em que gente, aparentemente ingênua (porém atrás de um prêmio muito maior que o dinheiro ou fama), fazia música evangélica, indo e vindo em troca de gasolina e, vá lá, a garantia da compra de uma micharia de vinis e k7s. Algumas igrejas davam uma ajuda. Mas essa não era a regra, na verdade, não era nem a expectativa das bandas, todos amadores, vivendo a sua maneira, cada um como podia, apenas crendo que estavam espalhando a semente do evangelho, esse sim, seu pagamento. 

terça-feira, 29 de maio de 2012

Está chovendo na horta do meu ser

É maravilhosa a chuva que cai depois de uma grande estiagem.

Nada como uma seca para vermos que somos totalmente dependentes, totalmente estéreis.

Nada como uma seca para abrir boas rachaduras que cheguem até o coração, até onde somos sem sermos nossa propaganda para os outros.

É nesta hora que certas sementes, boas e más, tem a chance de brotar com a chuva que vem.

E Ela vem, ah Ela vem, vem e vai, comforme É.

Está chovendo na horta do meu ser.

E eu não quero sair de baixo dela.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Em Salta, bem em cima do Éden

Estou em Salta, Argentina, no meio de rochas de 65 milhões de anos, na verdade, fósseis de micróbios que produziam calcário, precursores das "conchas".

Não, as melhores teorias científicas a respeito não permitem a possibilidade de Terra e a vida terem sido construídas em 6 dias.

Mas um dia para Deus é como mil anos... E porque não 1 bilhão de anos?

E eu não tenho problemas com o Éden.

domingo, 15 de abril de 2012

Impressões de um domingo a noite

Apenas um Café*

Nestes dias colhi impressões ruins, mais do que o normal, de algumas pessoas, cristãs, todas sinceras.

Um missionário, jovem, escreveu que Jó sofreu porque abriu brechas para o diabo quando orava, cheio de preocupação, por seus filhos. Não consegui ficar quieto, e respondi a ele, que não gostou. Não gostou mesmo.

Ouvi um pastor batista, relativamente famoso, falando em uma rádio, com uma pregação de pura religiosidade. Nem espremendo dava para tirar uma gotinha de Jesus daquele negócio. Meus pais ouviram tudo. Não fez bem para eles.

Disse para um amigo que estava com saudades dele, e ele, praticamente meu vizinho, me convidou para ir a sua igreja, a vários quilômetros de distância.

segunda-feira, 12 de março de 2012

O Senhor do Tempo

Haveria algo ou alguém antes de Deus? Ou, porque não seria Deus um ser criado?

 Me fiz essas perguntas quando novo, para logo em seguida raciocinar: Se Deus for um ser criado, quem quer que o tenha criado será ele o próprio Deus. E se houve alguém antes dele, ora, neste raciocíonio porque não haveria alguém antes deste alguém e assim por diante, numa genealogia divina sem sentido?

Ora, se alguém tivesse de vir primeiro, então a esse alguém eu chamaria Deus.



E por que Ele não poderia ter criado o tempo?

Sim, Deus criou o próprio tempo, sendo Ele mesmo anterior as nossas categorias de passado e futuro.

Aliás, Deus para ser meu Deus, tem de ser Senhor até do tempo! 
 
A medida que fui tendo acesso a ciência todos esses meus conceitos foram sendo esclarecidos.

O tempo, afinal de contas é algo relativo...

quinta-feira, 8 de março de 2012

Para o Último Discípulo do Mundo



Imagine uma situação em que as igrejas parassem de pregar o evangelho, e substituíssem a mensagem do perdão incondicional de Jesus (na Cruz, e todas as bênçãos espirituais que advém daí, de Graça) por uma mensagem de barganha com Deus: o toma-lá-da-cá do dízimo pela prosperidade, a freqüência adoecida em correntes de oração para o alcance de milagres... 
  
Imagine que os pastores e líderes tomassem o lugar de Jesus como alvo de fé e confiança, seguindo o mesmo raciocínio do panteão de santos católicos, e que esses líderes se auto-proclamassem apóstolos, bispos, etc...



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Poesia da saudade

Os sinos do silêncio
Batem forte na solidão
Mais ainda os prefiro
Às risadas sem rosto
E aos rostos sem coração

Ah, o verdadeiro riso
A face amiga
O sexo que domina pela entrega
O abraço da filha
A benção do pai

É você, que saudade, é você, meu aio
Diamante na memória
Às vezes vem como um raio
Me ensinando que sem morte não há glória

Na rede me embalo nas lembranças
De uma vida cheia de esperanças
Muito menores do que consegui
Muito maiores do que sou

Mas, enfim, tudo isso pouco importa
Quando o amor... Ah quando o amor
Quando o amor bate à porta

Leonardo Lima Cordeiro
Macaé
28/02/2012

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Questão de dignidade

Jesus certa vez foi convidado para um banquete na casa de um religioso fariseu, que junto com seus amigos o media de cima abaixo.

Jesus, então, relaciona uma série de parábolas, entre elas a de um certo rei que prepara um grande banquete, e que vê de um a um seus convidados negarem o convite pelos mais diversos motivos. O rei manda matá-los e destruir sua cidade, definindo que os convidados não eram dignos! Depois convida toda sorte de gente possível: bons e maus, coxos, cegos, mancos, e toda sorte de escória social (conforme a ordem de valores vigente). Depois o rei ainda manda que os servos refaçam o caminho, e que levem as pessoas à festa, nem que seja a força.  Eles recebem, de Graça, vestes limpas, nobres. Quando o rei está a passear entre os convidados, percebe um que não vestiu as roupas e o expulsa do meio. Jesus termina a parábola extranhamente, dizendo "porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos".

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Cortar o tempo


Comprei uma guitarra. Sonho de adolescente. Meus amigos sabem que não toco nada, mas enfim, toco minh'alma quando brinco com a música.

Entrei para academia. Gosto de exercícios, mas estranhamente, assim como a música, havia me afastado tanto de um como de outro.

Comecei a escrever. Criei até este blog. E também tenho cozinhado, bastante, a patroa está gostando, rs.

Acho que esse ano foi um desabrochar para várias coisas das quais eu amo fazer, mas o enferrujar da vida me havia bloqueado.

Já havia voltado a jogar bola, com paixão, ainda em 2010, até ter uma costela ser trincada. Espero voltar. Não sei quantos anos de pernas fortes ainda me restam.

O tempo está passando. Minha filha já está com praticamente 3 anos. A mesma idade do meu renascimento.

Do primeiro de muitos, em muitos anos.

2011 foi um bom ano. Espero também ser grato nos anos difíceis.

Pensando bem, 2011 foi um ano complicado sob vários aspectos, mas é como se o evangelho nos protejesse, não dos acontecimentos, mas da importância que damos a eles, e logo, da suas consequências em nosso ser.

Pensando melhor, 2011 teria sido desastroso se o evangelho não me movesse para as decisões certas da vida.

Bom, para 2012, presenteio-lhes com este poema de Drumond, que percebeu a falta de sentido que faz esperar o novo ano para se fazer novos votos e se criar novas esperanças.

Concordando com Drumond, acrescento que nossa esperança não pode se basear em um número, mas em algo maior. Na verdade, descordo dele, porque no fundo não creio que a maioria das pessoas espere melhoras sem tatearem, mesmo não sabendo, tatearem a sombra daquEle que nos chama, todo dia, para um novo começo.

Ano novo, vida nova!

Todo dia, chance de vida nova!

Porque não? Porque não dar-se a si mesmo este presente?

Macaé, Primeiros dias de 2012.
Leonardo Cordeiro

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Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.


Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.


Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.

Drumond