segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Cortar o tempo


Comprei uma guitarra. Sonho de adolescente. Meus amigos sabem que não toco nada, mas enfim, toco minh'alma quando brinco com a música.

Entrei para academia. Gosto de exercícios, mas estranhamente, assim como a música, havia me afastado tanto de um como de outro.

Comecei a escrever. Criei até este blog. E também tenho cozinhado, bastante, a patroa está gostando, rs.

Acho que esse ano foi um desabrochar para várias coisas das quais eu amo fazer, mas o enferrujar da vida me havia bloqueado.

Já havia voltado a jogar bola, com paixão, ainda em 2010, até ter uma costela ser trincada. Espero voltar. Não sei quantos anos de pernas fortes ainda me restam.

O tempo está passando. Minha filha já está com praticamente 3 anos. A mesma idade do meu renascimento.

Do primeiro de muitos, em muitos anos.

2011 foi um bom ano. Espero também ser grato nos anos difíceis.

Pensando bem, 2011 foi um ano complicado sob vários aspectos, mas é como se o evangelho nos protejesse, não dos acontecimentos, mas da importância que damos a eles, e logo, da suas consequências em nosso ser.

Pensando melhor, 2011 teria sido desastroso se o evangelho não me movesse para as decisões certas da vida.

Bom, para 2012, presenteio-lhes com este poema de Drumond, que percebeu a falta de sentido que faz esperar o novo ano para se fazer novos votos e se criar novas esperanças.

Concordando com Drumond, acrescento que nossa esperança não pode se basear em um número, mas em algo maior. Na verdade, descordo dele, porque no fundo não creio que a maioria das pessoas espere melhoras sem tatearem, mesmo não sabendo, tatearem a sombra daquEle que nos chama, todo dia, para um novo começo.

Ano novo, vida nova!

Todo dia, chance de vida nova!

Porque não? Porque não dar-se a si mesmo este presente?

Macaé, Primeiros dias de 2012.
Leonardo Cordeiro

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Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.


Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.


Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.

Drumond