quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Precisa-se de mais Marquinhos



Varo a madrugada. Perdi o sono. Me consumo em lágrimas com um velho disco do grupo álamo que achei no youtube. Meu pai cantava essas musicas na igreja com seu playback, era lindo.

Me lembro do Marquinhos, que deu esse disco ao meu pai. Depois ele fundou a banda "Voz e Melodia", a igreja não gostava deles, digo, o pastor e mais alguns então influentes. Eles compraram seus instrumentos, ou os pegavam emprestado com algum conhecido, faziam suas próprias musicas ou cantavam o que achavam bonito. Como não tinham abertura na igreja, e como faziam tudo com simplicidade e amor ao evangelho, acabaram cantando em tudo quanto era lugar.

Tudo de graça. Tudo Graça. Era assim com todo esse pessoal: Alamo, Milad, Hagios, Rebanhão, Logus etc etc.



Já faz 30 anos... Uma outra época, e eu me pergunto: o que foi que deu errado? Essa gente cantava o desejo de ir ao céu, cantava o perdão de Jesus, a todos. Eles cantavam a esperança de uma vida melhor.

Volto no Marquinhos, Nunca quis sair de nossa cidadezinha. Conseguiu um emprego de carteiro, e vencida a vergonha de usar um keep, tocou sua vida, sem bens acumulados, tudo muito simples, se dando aos irmãos que outrora o esnobaram.

Acho que faltam mais Marquinhos nas igrejas, nas escolas, nas prefeituras, nos clubes. Todo mundo trabalhando muito, correndo muito, ninguém com tempo para as coisas comuns... Se eu não tenho tempo para os que enxergo, quanto mais para O que não se vê.

Afinal, eu preciso de um bom plano de saúde para lutar contra os malditos canceres que o stress da vida corrida causam.

A igreja, digo, as igrejas protestantes, tradicionais, tiveram sua parcela de culpa. Lembro de um desses verdugos, que vivia a espezinhar o herói desse artigo, o Marquinhos. Certa vez, bem quando eu havia feito as pazes com Deus, e revisitei minha igreja de infância, e depois de analisar aquelas novas caras e ainda na dúvida de voltar a congregar lá, e me colocar debaixo de algumas regras e costumes bobos, então, esse verdugo, o "Seu Luís", já bem velhinho, sem conseguir falar direito, no momento da minha saída antecipada da igreja, ele, do outro lado da calçada, me faz um sinal, e quando me aproximo dele, o que me diz então? Reclama do horário que saí... Me decidi na hora por não congregar lá, debaixo daquele espírito de perseguição.

Coloco de novo o disco do Alamo, presente do meu amigo, para tocar. Eu tinha 12 anos. Meus futuros colegas de faculdade ouviam pink floyd, legião e outros roqueiros nessa época. Eu não, eu ouvia Álamo, Hagios e  Rebanhão.

Aristoteles esta cantando  uma música que não tem igual, a não ser nas palavras de Jesus.

"Morrer é lindo tanto quanto nascer / só que você nunca soube entender...".

Só Jesus falava isso: "Se o grão de trigo não morrer, fica só, mas se morrer, dá muito fruto". E ninguém o entendeu.

Ele mesmo, o Aristóteles, se foi pouco tempo depois de gravar essa música, para o Pai. Menos um Marquinhos na Terra.

E aí? Bom, e aí que precisa-se de mais Marquinhos.


Italva, 29/01/15
Leo

4 comentários:

  1. Com certeza precisamos de mais pessoas assim! Que Deus abençoe este rapaz e a todos que compartilham deste mesmo caminho, o da simplicidade, humildade e puro amor a Deus e ao próximo! Abç!

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  2. Sabias palavras grupos como esses não se faz mas era bom quando se cantanva por um único objetivo que era o louvor chegar até a Deus que Deus abençoe a vida de todos

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  3. Sabias palavras grupos como esses não se faz mas era bom quando se cantanva por um único objetivo que era o louvor chegar até a Deus que Deus abençoe a vida de todos

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  4. Grupo Álamo era lindo demais. Glória a Deus!

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