domingo, 15 de abril de 2012

Impressões de um domingo a noite

Apenas um Café*

Nestes dias colhi impressões ruins, mais do que o normal, de algumas pessoas, cristãs, todas sinceras.

Um missionário, jovem, escreveu que Jó sofreu porque abriu brechas para o diabo quando orava, cheio de preocupação, por seus filhos. Não consegui ficar quieto, e respondi a ele, que não gostou. Não gostou mesmo.

Ouvi um pastor batista, relativamente famoso, falando em uma rádio, com uma pregação de pura religiosidade. Nem espremendo dava para tirar uma gotinha de Jesus daquele negócio. Meus pais ouviram tudo. Não fez bem para eles.

Disse para um amigo que estava com saudades dele, e ele, praticamente meu vizinho, me convidou para ir a sua igreja, a vários quilômetros de distância.
Esperava um café, ali do lado, ou aqui em casa. Sempre foi assim entre a gente. Foi, quem sabe passe a ser de novo.

Enviei uma mensagem para várias pessoas sobre a leitura do novo testamento e do significado de  Jesus para se entender qualquer coisa na Bíblia. Uma senhora, que me vendeu vários exemplares do novo testamento da editora onde trabalha, pediu com veemência que eu não enviasse mais mensagens a ela...

Espero que sejam meus olhos... Talvez seja só um período de pouco sono, rs

Afinal, são impressões ruins do que há de melhor no meio evangélico. E não estou sendo sarcástico.

Mas até o melhor da religião, se não estiver subjulgada aos pés do Senhor Jesus, não passa de um ídolo, de um roubador da fé e da esperança que deveria ser depositada exclusivamente nEle.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Emanuel


Acabei de me lembrar de uma conversa com o afilhado de minha esposa, 9 anos:

- Leo, qual sua igreja?

- Minha igreja é a de Jesus

- Não, sua religião!?

- Minha religião é Jesus

- Não Leo, eu sou católico, vou na igreja católica, entendeu?! De Jesus todos somos.

- É que eu quero ser apenas isso, de Jesus. Não tenho compromisso com a maneira de pensar católica ou batista ou assembleiana. Apenas me reuno em torno do nome de Jesus, canto, oro com e pelos amigos e irmãos, leio e ouço a Palavra.

- E onde você vai, frequenta?

- Na minha casa. No meu trabalho. na casa de meu amigos em Rio das Ostras.

Emanuel fez uma pausa, pensou, pensou, e disse:

-  Entendi.

Esperto que ele só, é claro que entendeu. E gostou. Espero que se lembre disso no futuro.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Edward Gibbon


Voltei a ler (agora para termina-lo) o livro do historiador Edward Gibbon, "Declínio e Queda do Império Romano", e vou replicar aqui uma pequena passagem dele sobre o cristianismo de sua época, no final do século XVIII:

"Se os apóstolos cristãos, Pedro ou Paulo, pudessem voltar ao Vaticano, possivelmente perguntariam o nome da divindade cultuada com ritos tão misteriosos naquele templo magnífico. Em Oxford ou Genebra experimentariam surpresa menor, mas ainda lhes cumpriria ler o catecismo da Igreja e estudar os comentários ortodoxos de suas próprias obras e das palavras de seu mestre" 


Nem ouso imaginar os apóstolos vindo ao Brasil, assistindo o Círio de Nazaré, uma seção de descarrego ou uma "aula" sobre teologia da prosperidade...


xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Primeira Carta de João

Li a maravilhosa Primeira carta de João. É incrível como o filho do trovão se transformou no apóstolo do amor, sereno e suave, daqueles inspirados escritos.

João fala de Luz. E quando ela, a luz, chega, te fazendo entender que está errado, e se não encontrar em você um coração arrependido, receberá dois tipos de resposta: a fuga, ou a luta para apagar o portador da luz.

João fala da soberba, da auto-justiça. Dessa coisa de sentir-se um santarrão, de ver os outros como gente que vai para o inferno, ou de se achar merecedor dEle, por causa de sua "ilibada" vida.

Se dissermos que não temos pecado (que não pecamos mais!) a verdade não está em nós. 

João afirma que somos pecadores, mas que não podemos viver como escravos do pecado, das fobias, das pulsões...

Quem permanece nEle não vive continuamente pecando.

Mas se confessarmos nossos pecados (trazendo-os para a Luz) Ele é fiel e justo para nos perdoar!

João é extremamente prático. Seu mandamento é o amor, não de boca nem de palavras...

Se você diz que ama a Deus e odeia seu irmão, saiba: está nas trevas.

Não adianta cantar em um coral, ou passar horas cantado louvores em êxtase, se você não perdoou, se você odeia, tudo acima não passou de encenação.

Se alguém possui recursos neste mundo, e vir seu irmão passando necessidades, e fechar-lhe o coração, como pode o amor de Deus estar nele? 

É, essa é parar pensar...



15/04/2012
Casa Rosa - Italva
Leo


*Mudei o título por um dica do meu amigo que vejo tão pouco Cesar Lourentino

Nenhum comentário:

Postar um comentário