sábado, 2 de março de 2013

Carta aos Efésios I - Os Santos e os Predestinados de Paulo

Ruínas de Éfeso - 2010
Sempre falaram que a carta aos Efésios era a mais profunda das escritas por Paulo. Nunca achei isso até tomá-la para lê-la com mais calma junto dos irmãos do Caminho neste início de ano.

Paulo abre a carta saudando os irmãos de Éfeso:  "Paulo, (...), aos santos e fiéis em Cristo Jesus que estão em Éfeso".

Nunca entendi a santidade. Na verdade a entendia de maneira errada. Santo era quem não cometia erro, quem não pecava. Como eu não era sínico, vivia frustrado porque me via fora das realidades de Paulo, de João e do meu Deus.



Ledo engano, tanto no todo da mensagem do evangelho, como nesta carta de Paulo. Os "santos" de Paulo, segundo o vocábulo grego original, não são os "perfeitos", são os santificados. Do mesmo jeito que os justos não são aqueles que seguem normas até as últimas consequências. Não, os justos de Paulo, do mesmo modo, são os justificados.

Justificados por Jesus na cruz. Santificados pelo Seu sangue!

E não sobra nenhum mérito decisivo para a salvação. Tudo já foi feito.

Quem entende isso, a Graça de Deus, entendeu o grande mistério da vida. Tudo mais, especialmente as questões teológicas, tornam-se relativizadas pelo amor incondicional de Jesus.

Olhe por exemplo Paulo falando sobre predestinação e sobre Ele ter nos escolhido antes da criação do mundo.

Tudo se resolve no amor gracioso de Deus. Entendendo isso, não sobram mais perguntas tais quais:

 - "Eu sou um escolhido?"

- "E os outros? Por que Deus não salva a todos?"

A resposta mais simples para isso é o amor. Deus nos ama. Ele mesmo é amor. Logo, Ele quer que todos se salvem, muito mais do que um pai quer que todos seus filhos se salvem de um incêncio. Na verdade, Ele mesmo entrou nesta casa em chamas para salvar a todos.

Mas porque nem todos são salvos?  Não sei. O que posso dizer é que teremos muitas surpresas no céu. Muitos dos que são imaginados no inferno estarão lá, gozando de grande intimidade com o Pai.

Não podemos emitir este tipo de juízo. Apenas confiamos que Ele ama em um nível inimaginável por nós.

Ora, se eu quero que todos se salvem, quanto mais Deus, puro amor?!

- "E a predestinação?"

(leiam [ O senhor do Tempo] )

 A relatividade de Einsten coloca o tempo numa posição des-soberana. O tempo passa de maneira diferente para cada corpo no universo que viaja numa velocidade diferente.

Se é assim conosco, imagine o que dizer de Deus, que está fora e para além do tempo, já que afinal, Ele criou o tempo?!

E porque não,  para Deus, todos os dias do mundo não estão estampados em uma única página, acesível a um piscar de olhos!?

A predestinação perde todo seu valor quanto mais valor ao amor de Deus eu dou.


Insisto nisto por uma única razão, o meu entendimento errado do amor de Deus, da santidade ensinada por Jesus, depois por Paulo e os outros apóstolos, enfim, meu entendimento errado acerca do evangelho me fez pensar, durante muito tempo, que eu não era um escolhido! Ou, depois de ouvir pastores batistas (que na minha região adotam a postura arminiana), que minha salvação poderia ser perdida a qualquer momento, a qualquer espirro de pecado!

Em palavras mais brutas: não ineressa se fui ou não escolhido, interessa que Ele me ama e eu não o largo de jeito nenhum, nem se eu quisesse.

Um abaço a todos,

Leonardo Cordeiro

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