sábado, 9 de março de 2013

Carta aos Efésios II - A Centralidade em Jesus

Biblioteca de Celcius - Centro de Éfeso
Leitura: Efésios 1:7-23

O mistério de Deus... Fazer convergir em Cristo tudo quanto existe, todos os elementos que estão no Céu como os que estão na Terra

Talvez essa seja a grande "chave hermenêutica" do pensamento de Paulo quanto a Deus.

Tudo em Paulo apontava para Jesus.

Ele, um perito espetacular da Lei Mosaica, provável jovem membro do Sinédrio, discípulo de Gamaliel, o maior Teólogo de seu tempo, este Paulo agora faz as interpretações aparentemente mais arbitrárias possíveis da Lei. Arbitrárias sim, a não ser por um elemento novo, a não ser por um mistério revelado...

Paulo descobriu que a leitura dos profetas e da torá só faziam sentido se apontassem para Jesus.

Os Salmos de sofrimento de Davi ficaram límpidos...



O messias do profeta Isaías, sofredor, amoroso, desamparado, salvador dos pobres e dos que ninguém quer, ganhou corpo e forma, contra tudo que se imaginava do messias em Israel.

A própria Lei como "sistema fechado" para revelação da verdade, se tornou anulada, velha, ultrapassada, no momento em que Paulo descobriu o centro, a convergência, o apontamento de tudo para Jesus.

Agora, o que estivesse na Lei e nas Tradições dos Judeus, que não concordasse com Cristo, com tudo que fez, com tudo que falou, com seu Espírito, então este ponto da Lei é interpretado como a melhor consciência possível para a época, e só.

Sombras do que estava por vir: Jesus

Paulo não se limita a reinterpretar sua religião. Ele se reinterpreta, e mais que isso, ele se renova, ele se faz novo em Jesus. De caçador de cristãos judeus hereges, ele se torna o discípulo perseguido por pregar para não-judeus, e mais que isso, por pregar um evangelho desassociado do judaísmo.

Ele não está preocupado em agradar outros fariseus que passaram a crer que Jesus era o Messias, mas que diferente dele, pararam aí, com os mesmos caguetes e tradições religiosas que os levaram  a matar o Senhor.

Ele não pensa nas reações dos religiosos das Sinagogas da Asia Menor, que ele usa como ponto de divulgação do Evangelho.

Ele não está cativo a opinião dos apóstolos, mesmo Pedro, mesmo Tiago, ele só olha para Jesus.

Ele não pensa no seu futuro. Para ele o viver é Cristo, e o morrer é ganho.

Ele não pensa no seu passado. Na verdade, ele não esqueceu o que fez. Ele apenas sabe que nada que fez ou faz o pode justificar. E nem precisa, ele se sabe justificado em Jesus.

Mais que isso, Paulo experimenta o perdão de Deus e a certeza de Seu amor, todos canalizados através de Jesus, de forma tão avassaladora que essa mensagem, da Graça de Deus em Jesus, permeia o universo até os dias de hoje. Para espanto de Anjos e Potestades.

O mistério de Deus... Agora revelado...

Quanto mais Paulo se percebia conhecedor deste mistério, mais desiludido ele se tornava com a vida aparente, com o sistema mundial, com as regras e costumes de ser e de se fazer feliz, até com a "igreja" e com tudo mais a sua volta.

E ele orava para que os Efésios adquirissem essa desilusão da vida.

Des-ilusão é acabar com a ilusão, com a mentira, com o engano, com as falsas promessas.

E se a convergência da minha vida em Jesus produz esse novo olhar para a existência, é certo que o antigo olhar é percebido como a desilusão com tudo  mais.

Dito isto, repito as palavras de Paulo, inquirindo a mim e a você:

Será que eu sei qual é a real esperança do chamado que ele me fez?

Será que, de fato, eu sei quais são as incomparáveis riquezas dos fragmentos divinos de Jesus em cada um dos meus irmãos?

Será que eu sei qual o tamanho do seu poder amoroso para comigo?

Me vejo ressuscitado com Ele?

Ah, meu irmão, que nós olhemos mais do que nunca para Jesus, e que esse olhar provoque em você a mais pura desilusão com a propaganda da existência.

Porque a muita coisa melhor, inimaginavelmente melhor, esperando por nós!

Um abraço a Todos.

09/03/2013
Casa Rosa - Italva
Leo.

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