terça-feira, 26 de julho de 2011

A disposição mental reprovável

Mais um texto do meu amigo Cesar Garcia, que sempre me ensina o evangelho em nossas conversas.
 

O império Romano sempre se caracterizou por desvios de conduta das mais variadas matizes, da pornografia exacerbada ao surto de egos ávidos por poder dos imperadores e aristocratas. 

No que tange a imoralidade sexual e o homossexualismo, possivelmente foi herança dos gregos que já os praticavam em seu império. Na religião grega até os deuses mantinham relações homossexuais, como é o caso de Zéfiro e Jacinto e o lesbianismo foi amplamente divulgado pela poetisa Safo de Lesbos (daí o termo lésbica). E em Roma, não foi diferente, em filmes e recriações de cenários romanos é possível perceber desenhos de pênis nas paredes das residências, como na famosa imagem fálica em calçamento de rua em Pompeia, com a inscrição em latim “ Aqui mora a felicidade”.

É nesse contexto que Paulo escreve sua epístola aos Romanos e logo no primeiro capítulo trata do tema mais comum a eles, a imoralidade sexual e toda a sorte de perversão de alma que os atos de lascívia trazem para a existência humana.

Sem ser moralista, Paulo os adverte do perigo de tais depravações sexuais e sua inevitável caminhada à idolatria de seus próprios corpos. Por essa razão, Deus os entregou aos ardis de suas próprias mentes depravadas, que conduz a praticar tudo o que é reprovável (Rm 1.28).

O interessante na constatação de Paulo, é a relação de Deus com o ser humano desobediente, ao contrário do castigo de Deus pregado pela religião que sempre coloca o Criador como um ente iracundo e perverso, vetor dos mais angustiosos sofrimentos à criatura, o pai apenas entrega o ser humano ao seu próprio capricho e ego adoecido, essa é a ira de Deus! Ele nos deixa seguir pelo livre arbítrio, com as nossas paixões e loucuras a caminho de uma existência atribulada e sem paz.

O recado de Paulo era para os Romanos, mas pode servir para as nossas vidas também, não devamos nos prender apenas as imoralidades sexuais, a disposição mental reprovável engloba uma infinidade de doenças da alma, que o próprio Paulo as expõe no versículo 29, Então, tornaram-se cheios de toda a espécie de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão empanturrados de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia.

É possível nos enxergar ao longo da nossa caminhada em muitos ardis da nossa alma adoecida, a natureza humana em si carrega as armadilhas que consciente ou inconsciente no afasta de Deus e nos leva a alimentar as mais impensadas loucuras, nossa alma é uma esponja que absorve toda a espécie de sujeira, basta só se deixar levar pelo seu próprio pensamento e esquecer do Criador e seu amor para conosco.

Por isso é que a comunhão com o Pai é fundamental e indispensável para uma saúde mental e um caminhar pacificado diante da existência, é na justificação, mediante Cristo Jesus pela sua Graça, que nos libertamos da nossa mente reprovável e dos impulsos irracionais de morte que tanto nos escraviza.

A saúde espiritual está na obediência à palavra de Deus traduzida em Jesus, já imaginou quão grande presente do Pai foi a vinda de Cristo? Ele é o nosso referencial de ser humano completo, basta ler os Evangelhos e perceber os movimentos de Jesus e sua forma de lidar com todas as mazelas humanas, o nosso chamado é na nossa caminhada em vida irmos ficando a imagem e semelhança de Cristo, é pegar no arado e não olhar para trás.

Esse é o único remédio que temos para não alimentarmos o nosso ego, perceber o quão frágil somos e nos espelharmos na mente de Cristo, tendo a certeza do perdão concedido por Deus através do seu filho amado. As disposições mentais reprováveis sempre tentarão nos persuadir a alimentá-la, mas em Jesus elas se enfraquecem e se vão, o nosso exercício é amputá-las como o próprio Cristo nos ensinou, para que não cresçam e o Pai nos entregue a elas.

O caminho de uma mente saudável é um só: confiar em Deus e praticar os ensinamentos do Evangelho em todas as direções da nossa vida, faça isso e sentirá em seu ser a alegria mais doce e a paz mais duradoura que excede a todo o entendimento.

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