sábado, 28 de julho de 2012

O Presente


Uma comida tenho para comer
E essa comida não é a comida de igreja
Não é feita de música, nem de caras contritas
Muito menos de egoístas preces aflitas

Uma bebida tenho que beber
Não é essa adoração de cantorias e choros que entregam,
Que têm com a certeza de quem cumpriu o seu dever
Mil razões para de mim se esquecer.

Hoje eu estou muito solitário, a procura de quem busque por mim
Uma solidão, que vá lá, se resolveria com uma conversa
Pena que vocês, meus filhos, estão com tanta pressa
Será que por esse velho pai ninguém mais se interessa

Que frieza, que gelo
Será que esse pessoal não vai entender
Esse fogo santo que tentam a alma encher
Sempre se apaga
Se o pobre o corpo não se agasalha?

Ah não! Deus não é um cachorro que precise ser alimentado
Muito menos um menino carente de paparicos
Não é um velho ou um doente
Nem gente pobre morrendo de frio,
que na cama os filhos amontoa, e pede a Jesus para os acudir
Pelo menos até o sol surgir.

Mas se esses pequeninos você acalentar
Ao mendigo você alimentar
Aos necessitados, com doce servidão, acolher
Ajudar esse vizinho pobre, esse velho,
Toda essa gente que não tem como pagar
Não se assuste com meu sorriso... É Adoração divina
Evangelho puro e simples,
É Graça, é amor, subindo às minhas narinas

Vinde, benditos de meu Pai,
Venham para que eu agora os acalente
porque o bem que fizestes a cada um destes
A mim mesmo, presentes impagáveis, oferecestes.

Leonardo Cordeiro

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